Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
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A sigla HAPs se refere à Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos, compostos de carbono e hidrogênio caracterizados por possuírem 2 ou mais anéis aromáticos condensados que são formados pela combustão incompleta (pirolise) de materiais orgânicos [1].
Caracterização
Propriedades Físico-Químicas
- Comuns a todos os HPAs:
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- • Sólidos à temperatura ambiente;
- • Sólidos à temperatura ambiente;
- • Elevado ponto de fusão e ebulição;
- • Baixa pressão de vapor;
- • Pouca solubilidade em água (tende a diminuir com o aumento da massa molecular);
- • Solúveis em muitos solventes orgânicos;
- • Altamente lipofílicos;
- • Quimicamente inertes, com baixa biodegradabilidade e potencial acumulativo.
- - Podem variar com a massa molar (nº de anéis aromáticos):
- • A solubilidade diminui com o aumento do numero de anéis.
- • A afinidade lipofílica que aumenta com o número de anéis aromáticos da molécula.
- • A volatilidade destes compostos diminui com o aumento do peso molecular e, consequentemente, HPAs de pesos moleculares mais baixos são mais voláteis e apresentam maiores pressões de vapor que os mais pesados.
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Efeitos no organismo
Em 1775, Sir Percival Pott relacionou a incidência de câncer escrotal em limpadores de chaminé na Inglaterra com a exposição ocupacional à fuligem, e, desde esta data, os HPAs se tornaram objeto de estudos que visavam elucidar seus prováveis efeitos carcinogênicos [3].
A carcinogenicidade observada pela exposição aos HAPs está relacionados com a toxicodinâmica destas substâncias no organismo, referida no tópico anterior.
Além de efeitos carcinogênicos, são observados danos ocasionados pelo aumento da formação de Espécies Reativas de Oxigênio durante sua biotrasformação [4].
Podemos citar disturbios:
• Cardiovasculares: podem contribuir para aterosclerose
• Hepáticos: hepatotóxicos em animais de laboratório
• Hematológicos: agranulocitose, anemia, pantopenia e leucopenia
• Renais: nefrotóxicos em animais de laboratório
• Endócrinos: desreguladores do metabolismo endócrino
• Respiratórios: Irritação, tosse crônica, bronquite e cancro broncogênico
• Dermatológicos: lesões pré-cancerígeras, eritema, queimaduras, fotossenssibilidade
• Imunológicos: Supressão imunológica, interferência na maquinaria de apoptose/necrose dos linfócitos
• Reprodutivos: interferência na performance reprodutiva, má formação fetal
Exposição
Os HAPs estão distribuídos entre a fase gasosa e o material particulado atmosférico em função das condições ambientais (principalmente da temperatura) e das constantes físico-químicas do composto em questão [1,2].
Tipos de exposição
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Ambiental: a população está constantemente em contato com estes compostos, devido a sua elevada distribuição na atmosfera.
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Ocupacional: indivíduos que possam estar expostos à fuligem no seu ambiente de trabalho ou participem de atividades relacionadas a produção de matérias-primas que contenham estes compostos.
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Hábitos da população: Hábitos alimentares ou relacionados ao fumo (ativo e também passivo - inalação de fumaça)
Vias de Exposição:
Inalação: A via inalatória tem destaque no processo de exposição a estes poluentes orgânicos por eles serem liberados na forma de fumaça [7].
Tabagismo: O tabagismo representa uma via importante. A fumaça do cigarro é extremamente prejudicial não só para o fumante, como para os indivíduos ao redor, que a inalam de forma passiva [2].
Ingestão: Alimentos processados, geralmente defumados, fritos, grelhados, etc. apresentam HAPs [4]. Além disso, outra forma de absorção é através da ingestão de animais aquáticos que bioacumulam estes compostos, como mexilhões e ostras [8].
Absorção dérmica: Devido a sua lipofilicidade são facilmente absorvidos pela pele e pode ocorrer em indivíduos que façam o manuseio destas substâncias em atividades industriais [1].
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto - Mestrado Integrado em Ciências farmaceuticas - Toxicologia Mecanística - 2013